TUGAZOMBI

cadáver semi-frio com cereja na terceira narina

segunda-feira, outubro 03, 2005

E DO ESPANTO II

consagraram-me
ao espanto
que de minúsculo há
no mar
e ímpar sobre a pele

criança
circuncidada a fogo e morte
(no céu da boca a memória absurda
das abóbadas)

mais
que na cidade
a matriz
dos arranha-céus líquidos

muito mais
que nos cartões
as clandestinas chagas
digitais

o espanto permanece
por frestas e
por ombros
qualquer
onde e
quando

Luiza Neto Jorge
in Poesia, assírio & alvim (2ª ed.) 2001

1 Comments:

Blogger isabel mendes ferreira said...

o espanto permanece?

11:56 da manhã  

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