SONETO XIII
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[ATENÇÃO: este soneto do séc. XVIII
poderá chocar os mais sensíveis;
tome as devidas precauções:
use preservativo!]
É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,
Bem que duas gamboas lhe lombrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo,
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro:
Verga, e não quebra, como zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro:
À roda da raiz produz carqueja:
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!
Para carvalho ser falta-lhe um V;
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cu.
Manuel Maria Barbosa du Bocage
in Poesias Eróticas Burlescas e Satíricas, ERL 1991
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