relembro infância, grito FRÁGUAS!
e quando grita o coração bucólico lembro-me de todas as manhãs em que acordava com os beijos mornos da avó a colocar-me o relógio no pulso, em que comia sopas de leite acompanhadas pelo sábio sorriso do avô. depois, ainda espreguiçando, soltava as vacas cada uma por sua vez: a RAMALHA irreverente, a MORENA adolescente, a BONITA feminina e a chefe TURINA. rumo à INFESTA de enxada no ombro, mordendo o imaginário atrás do bando liderado por TURINA-olhos-de-pessoa; à entrada do lameiro a alegria dos insectos esvoaçantes saltitantes deslizantes no mar-de-erva; à margem do rego minúsculos calvários [o tempo] rãs crucificadas viradas para o sol em plena quaresma. o calor convidava os moscardos e as vespas – praga sobre as vacas – saqueadores abatidos pelas verdes giestas que se iam tornando vermelhas: o esplendor de PORTUGAL!
PS: Este post é hiperautobiográfico
e dedico-o aos meus amigos Luís e Sofia,
também habitantes dessa aldeia mágica
de nome Fráguas. Encontrei este texto
nas entranhas do meu quarto, caverna
da desordem. Desde já peço desculpa
pela enxorrada emocional que o envolve.
3 Comments:
boa noite.bjo.
... eu pessoalemente gosto de enxorradas emocionais.
Abracicos!
hiper ou não já cá (en)canta. Bjs de luz
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