TUGAZOMBI

cadáver semi-frio com cereja na terceira narina

terça-feira, dezembro 06, 2005

MEMBRANA

no último sábado, decidi colher bagos de tinta mágica.
atravessei a estrada como fronteira
rompia assim a película do breve perjúrio gelatinoso.
mais do que a dúbia impressão,
estranhei a hiperactividade dos pseudosentidos
– faiscaram ilhas nos nenúfares coralíferos
dos lábios

tarde soalheira com os dedos dos pés convertidos
em tesouras, desbravando ervas e arbustos;
palmilhando o teatro ecossistémico distingui
minúsculos seres corcundas,
guardiães à porta dos nós da árvore milenar
onde alojadas descansam as deusas ciganas
doutro tempo

servi chá de hortelã apimentada aos anões órfãos
da floresta.
deitei-os em suas camas – magas flores amarelas
da carqueja – despedi-me
e iniciei o regresso…
para além da película vislumbrei a transmutada égua

nos pastos de alcatrão
Porfírio Al Brandão
in iconocaptor
pré-publicação

3 Comments:

Blogger Conceição Paulino said...

membrana...é para isso k servem.para ser rompidas. excepto as do nosso corpo. essas n/ queremos k se rompam. só se forem as invisíveis, e nem todas. bj

10:11 da tarde  
Blogger isabel mendes ferreira said...

GOSTEI E MT. GOSTO DAS TUAS PALAVRAS ASSIM...QUASE SOALHEIRAS.QUASE....UM BJO. A PEDIR SOL.

11:24 da manhã  
Blogger Rosario Andrade said...

... as vezes teces verdadeiros rendilhados surrealistas de palavras! muito bom.

Abracicos!

9:42 da manhã  

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