Graça Martins (2001)
às costas minha banheira trémula
carapaça às avessas explica-a
certo fumo encarnado que algum fungo verteu
eu no aconchego da água quente
feto em volta da barbatana
que por sórdido umbilical lhe bebo
grossa gelatina para bom crossing-over
minha trémula banheira ao deus-dará
raso arranha-céus fumegante no qual
alforrecas se armadilham muito janotas
pelo som coso velocidades a objectos enquanto
caracol brincando à boca dum canhão de sal
e lá longe junto ao bidé
jaz uma tartaruga duas vezes morta
exibindo na sua podre carapaça
o rosto redimensionado de tristan tzara
4 Comments:
"duas vezes morta". genial ;) boa noite, porfírio. e bom fim de semana. um beijinho.
bom rosto nas melhores palavras. abraço.
pergunto-me:
que deuses te ADOPTARAM?????
que água leite ou sangue te deram a beber?
que terra ou água te deu esta ASA?
_________________
abraço.
beijo.
e toda a minha admiração.
por um dizer originalíssimo.
Anjo,
reabri o Piano...
diz se gostas...
(e de repente não sei...)
obrigada.
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