TUGAZOMBI

cadáver semi-frio com cereja na terceira narina

terça-feira, maio 23, 2006

25

eu nos circuitos empapado com mangas
como se esperasse um esguicho para celebrar
o agonizante amarelo neste tapete binário
donde electrificado me sorteio com a pressa
de selar cáries e cálculos de enxofre
para rir-me como um tolo abraçado de bêbado
aos meus gigantescos rins e apontar-lhes ranho
olhando de soslaio a homeostasia de bonecos
com críticos órgãos amontoados nas lisas
cabeças unidas em cone quasi religioso
à procura do polímero-mor no foco ensandecido
dum palhaço a desejar melhoras espirrando laçarotes
Porfírio Al Brandão
in episódios

4 Comments:

Blogger Maria P. said...

é agradavelmente única a tua escrita.
bjo.

10:48 da tarde  
Blogger martim de gouveia e sousa said...

orpheico momento a fazer o pino, com esgar dentro do cone. abraço, porfírio.

6:56 da manhã  
Blogger alice said...

para ti, com um beijinho

quando ali me sentava
os anzóis prendiam as sombras da tarde a ganir com o cio
se a água do rio ao menos vazasse a prata sem dor
ou os meus pés fossem canas de pescar sapatos
mas ali sentada diante do nada
era lume brando a cozer traições
e a agonia dos peixes na berma da água
era o fim dos teus olhos a acabar a tarde
se ao menos os barcos passassem de véspera pelas ilusões
ou as redes vazassem sonhos menos fáceis
mas ali sentada com a alma trocada
pescava o diabo e as tentações
ainda que eu cruzasse a solidão entre as pernas
o cio esganava o brilho da prata caído no chão
mesmo que os anzóis mordessem a margem
nunca a rota dos barcos me corrigia a alma
e ali sentada de pernas cruzadas
não tinha calçado nem canas de pesca para a solidão


alice

11:42 da manhã  
Blogger isabel mendes ferreira said...

hoje vou ser mt prosaica:



____________________gosto muito da especial maneira de te "inscreveres".


beijo.

1:39 da tarde  

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