ACOLÁ DO QUE AQUI MORRE
acolá – tanto se lhe deu como jamais lhe irá dar
é esta a glória subversiva dum jorro quente
paraíso minúsculo do albatroz construído peça a peça
com animalesca imaginação de risco a perpassar
o sonâmbulo pano que vai apagando arabescos
de pó e ícones fulcrais gravados a pólen de anjo
acolá – algures nas profundezas dum rio raso
despovoado pela concreta animalidade bocal
que aboca os peixes desamparados em frases ocas
sombras irreais a subsistirem de medusas loucas
acolá – nada se fez igual ao que se aparenta
e se desloca em perseguição pois é ignóbil
a razão que raia nos meatos por nós criados
acolá – creio que acolá para lá do onde
acolá do que aqui morre
é esta a glória subversiva dum jorro quente
paraíso minúsculo do albatroz construído peça a peça
com animalesca imaginação de risco a perpassar
o sonâmbulo pano que vai apagando arabescos
de pó e ícones fulcrais gravados a pólen de anjo
acolá – algures nas profundezas dum rio raso
despovoado pela concreta animalidade bocal
que aboca os peixes desamparados em frases ocas
sombras irreais a subsistirem de medusas loucas
acolá – nada se fez igual ao que se aparenta
e se desloca em perseguição pois é ignóbil
a razão que raia nos meatos por nós criados
acolá – creio que acolá para lá do onde
acolá do que aqui morre
Porfírio Al Brandão
in O Príncipe Nu
Palimage editores 2002
1 Comments:
ignóbil a razão. que não é. mas parecia.
excelente a tua. que é.
aqui.
beijo.
sempre.
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