TUGAZOMBI

cadáver semi-frio com cereja na terceira narina

terça-feira, maio 30, 2006

26

lembrar ânimo de sucção na cervical
e um arrepio leva a cor em frente

acorrem estilhaços junto à fava coronária
formigo enraivecido estranhando o balouço
que traz memórias dentadas a dois na pele
extensível a um quarto conservado pela saliva
numa súplica do capitel à vertebra fracturada
mas longínqua luz dura sustém a cabeça-de-leão
com tensões de explodir carruagens
num súbito big bang fraudulento

a mão assina a data no beiral cicatrizado
lambo-lhe o suor que entumesce os espinhos
há um turbilhão quente a envolver surdez
dum sangue descorado por força doente

à janela dói a grande superfície
Porfírio Al Brandão
in episódios

3 Comments:

Blogger martim de gouveia e sousa said...

mas não dói a consistente poesia. abraço.

11:58 da tarde  
Blogger isabel mendes ferreira said...

subscrevo o Martim....se ele não se importar...estes dias têm sido dificeis....e tu perdoa-me a m falta de imaginação....hoje sou apenas a dizer que te guardo como um ser especialmente dotado para a escrita. a boa.

a diferente. a que fala. a que me toca. tocas-nos. obrigado. e um beijo. mesmo afectuoso...afinal até podia ser tua mãe---:) lembras?

brinco... bom dia al-imenso.

8:07 da manhã  
Blogger alice said...

eu digo o mesmo que tu, porfírio

é sempre um prazer vir ler-te

e sair daqui pequenina, só com sol dentro do coração

um grande beijinho

alice

7:08 da tarde  

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