Chirico (1917)
aproveitando na boda o jardim d'espelhos para
o ensino da arte singular que é engolir
retoquemos a cobertura tóxica do bolo no centro
contráctil à música que varre as mesas
e sejamos feitos do brilho sujo da dança
da pobreza pura de relâmpagos faiscando contrastes
fragmentos de vídeo nesse sumo nauseado
demais o quanto sabemos que o é esta carne mutante
desmedida sempre e tanta saliva o comprova
sejamos par meu amor neste salão monstruoso
entre os que quebraram a flauta
sentindo os ratos-bisturi a galgarem-nos coluna acima
para apodrecerem nos lábios digna pergunta:
beber-se-á na arena destilado suor
como chuva cozinhada na atmosfera?
dancemos apenas e a sós dancemos
como se jamais tropeçássemos na variz purulenta
pela qual medram os sapatos em cada lance rítmico
e substitui o miocárdio deste salão
pleno de carícias urticantes que lubrificam a janela
por onde entrará o rinoceronte de luz
farejando-nos os ossos
5 Comments:
...sapatos de lata....:)
AL....que bom voltar.te....ler.te.
dançar contigo. assim. aqui.
ao som da tua poesia máscula. diferente.
bem regressado.
"cisne de jade"....escreveste tu um dia.
beijos.
felizmente regressado. abraço, amigo!
beijo-te.
:)
Aplausos para o regresso.
um beijo deixo.
bom dia flauta....de poeiras e sons únicos. os teus.
________________abraço.
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